A preservação da Amazônia precisa ser encarada de forma séria, pois o impacto ambiental da degradação da floresta não atinge apenas a população local, o Brasil, mas o mundo inteiro.
A floresta é importante para a agricultura, abastecimento humano e para a conservação da biodiversidade. A Amazônia é importante pela exportação do vapor d’água para o sul do país, e essa frente úmida só tem mais concentração porque tem a floresta. O papel da Amazônia é crucial para a manutenção das chuvas do sul e sudeste. A Argentina também é super dependente desse vapor de água (rios voadores) vindo dessa região da Amazônia.
Quando você vai desmatando a Amazônia você tem menos vapor de água, afetando o abastecimento, a agricultura. Isso pode ser visto por meio de satélite, a população pode acompanhar isso pelo site wind.com.
O desmatamento contínuo da região Amazônica está contribuindo para a seca do sudeste, principalmente para a região do sul de Minas Gerais, onde está localizada a empresa de Furnas, afetando o turismo e a produção agrícola. É importante mantermos a floresta em pé para a manutenção destes rios voadores que levam essa quantidade de chuva para o sul do Brasil.
A maneira que o governo está explorando a Amazônia ela tende a acabar, vai ficar muito parecida com o cerrado e deixar de ser uma floresta tropical, vai se transformar num Bioma seco, vai ser uma savana , vai perder todo esse ecossistema. O que o governo está fazendo hoje é o desmonte da Amazônia, está favorecendo empresários e grandes latifundiários, expansão de monoculturas, expansão da pecuária e de empresas estrangeiras contaminando os rios com o mercúrio.
O dever de preservar e proteger a Amazônia é do mundo inteiro. A gente tem que fazer uma política pública de desenvolvimento que seja regional, que seja pautada na geografia, na Biologia, na cultura dos povos da floresta amazônica. Tem que pensar em desenvolver a Amazônia sem afetar as outras regiões do país: estimulando o sistema agroflorestal e ao mesmo tempo manter a floresta, a diversidade de frutas, verduras e alimentos .
Na Amazônia tem um consumo muito grande de mandioca, de peixe e de farinha. Temos que desenvolver a Amazônia com estes produtos agrícolas locais. Tem que praticar a agricultura que seja conivente com a floresta, sem destruir a floresta. Tem que otimizar a produção da região. O mel da Amazônia é exportado para o mundo inteiro, são abelhas nativas, com alto grau de pureza, tem que valorizar o pequeno produtor, dá a ele condição de produzir junto com a floresta. Tem que mudar o modelo de desenvolvimento da Amazônia(soja, gado, cana). E aproveitar a geração de energia que tem um potencial solar e eólico muito grande para a região. Por que não explorar isso de maneira que não afete as comunidades tradicionais? Para quem está servindo a exploração da Amazônia, atualmente? É uma pergunta que tem que ser respondida e revista.
Tem se discutido muito a questão da Transamazônica, que foi a rodovia iniciada na década de 70, e foi uma das obras mais superfaturadas existentes. Ela afeta drasticamente algumas regiões da Amazônia. Ela trouxe benefícios, mas traz outras questões que afeta a população nativa, desmatamento ilegal, aumento de violência em algumas regiões, conflito de terras entre pequenos produtores, grandes latifundiários e madeireiros.
Os modelos de desenvolvimento que foram adotados durante a ditadura militar são completamente equivocados e não pautaram para o desenvolvimento da região. A ditadura militar fez a Amazônia crescer com um crescimento negativo. E hoje temos condições de desenvolver a Amazônia de forma sustentável, e pautar o desenvolvimento pelo conhecimento e a cultura dos povos no interior da Amazônia . É importante que se ouça os cientistas e se mantenha o estado democrático de direito e dê voz às instituições ambientais para a proteção da Amazônia. Cada um deve fazer a sua parte e combater essas políticas públicas predatórias.